Contra os fatos não há argumentos. Foram 750 milhões de discos vendidos. Só Thriller foram mais de 100 milhões. É um recorde que parece insuperável nos dias de hoje. Para se ter uma idéia é único na lista da Wikipedia que tem mais de 100 milhões de discos vendidos num único álbum. Apesar de não ter atingido a façanha de atingir a casa dos bilhões (feito só de Elvis e dos Beatles) ele está entre os mais vendidos. E foram apenas em 10 álbuns.
Meu pai disse uma coisa muito interessante uma vez: Você não tem como entender o que foram os Beatles pois você não viveu. Ele me diz isso mas ele também não viu... Só viu os efeitos. Eu não vivi a época de Michael Jackson então não posso entender. Quando ele fazia sucesso eu era uma criança.
Sendo um pouco menos do que cético pode-se dizer que morreu o último fenômeno musical do mundo. A industria musical hoje vive os fenômenos momentâneos e não se importa em criar os ícones que criavam no passado. Não haverá outros Beatles, nem outro Elvis, nem outro Micheal. Por menos que simpatize com a música dele, com as maluquices, que desconfie dos delitos, o cara era um gênio. É o tipo de figura que fica marcado pelo trabalho, não pela vida. A vida pessoal foi problema dele, mas ele atingiu um sucesso que não parece possível no mundo da informação ágil, e do sucesso de 20 milhões de hits.
Será que vale a pena tentar entender Michael Jackson? Ele tinha o estrelato no sangue, tanto que se casou com a única filha de Elvis. Será que vale a pena ficar rememorando as pequenices da vida dele? Um colega uma vez me disse algo assim: Tenho consideração zero pela vida do artista, pra mim ele é o trabalho dele, de preferência o disco, que foi aquilo pensado, trabalhado e produzido para ser uma obra de arte. Tantas manchetes não valem o papel onde foram impressas.
Contam que o produtor de Elvis disse que se ele encontrasse um branco que dançasse como negro ele ficaria rico. A lenda conta que ele conheceu Elvis pouco tempo depois. Será que vale a pena dispender trabalho para separar o humano do mito? Será que é necessário destituir o ídolo da magia? Michale Jackson era a última lenda viva, um resquício de uma época diferente. Ele rompeu a barreira racial que ainda existia nos Estados Unidos. Não fez diferença ele ser negro. Talvez ele tenha perseguido uma aceitação social que não era permitida à etnia dele, mas isso faz parte da lenda. Por mais contrariados que estivessem os caucasianos em ver um negro de origem humilde se tornar a maior celebridade atuante de seu tempo eles tiveram de agüentar.
Michael Jackson faz parte da história de uma época de mudanças. O mundo nunca mudou tanto num século quanto no Século XX. As duas últimas décadas foram marcantes demais para a humanidade. O mundo passou a conhecer uns aos outros. Será que se esperaria que desenhos animados japoneses fizessem sucesso nos Estados Unidos? Será que se esperaria que um negro fosse o maior sucesso musical de sua época? Michael Jackson foi um ícone de uma época de mudanças como nunca outra na história da humanidade. Um pastor amigo da família Jackson disse que Michael fez pela música o que Obama fez pela política... Sendo sincero, acho que ele encheu muito a bola de Obama.
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