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2010-05-25

Cadê o verbo?


Ausência de verbos? Num texto inteiro?! Bobagem! A partir do título? Fracasso a vista... Não? E a prova? Texto metalingüístico, ainda por cima? Uma petulância absurda. E essa tentativa de diálogo? Numa palavra: pífio. Mesmo com esse título coloquial... Escritor chinfrim... Todavia... Próximo parágrafo logo adiante.


Admirável fascínio pelas palavras, esse meu. Particularmente verbos. E o ousado desafio da negligência deles. Pelo menos a negligência do uso. Difícil num texto. Já nesse ponto, metade do segundo parágrafo: notável ausência.
Possível um terceiro? Talvez. Mas nunca um texto inteiro. Absurda dependência. Tarefa titânica essa relutância. E o intento de todo um texto sobre o assunto, sem o uso? Uma verdadeira piada. Por certo um predestinado fracasso.
Parágrafos de três linhas? Talvez o mais longe possível. Perguntas sem verbos? Certamente imprecisas. Respostas negligentes por conseqüência. Resolução do problema? Verbalização. Claro que não a verbalização da fala.
Fim inadiável: um verbo em algum lugar. No momento do cansaço. Talvez numa desatenção. A leitura e re-leitura dessa empreitada a vista. E as ações muito bem determinadas nos substantivos. Até mesmo nos adjetivos. Preposições, interjeições, todas as classes gramaticais nessa conta.
E a ousadia da metalinguística dessas linhas? Risível, notável fracasso. Mas que solução? Improvável qualquer solução. Mais que uma mera brincadeira. Categoricamente: ou fracasso da resolução do problema, ou um ordinário tratado da não utilização dos verbos. Mesmo agora, num sexto parágrafo, mesmo com a apelação a vocativos: tudo subentendido. Tudo contido nos substantivos. E a denominação desse tipo de substantivo? Esses com ações implícitas? Naturalmente descritores de ação? Cadê a lembrança?! Talvez pelo google. Mas e o risco de um resultado cheio de verbos? Inadmissível. Não tão perto do final.
Texto curto... Quais as possibilidades? Quais as alternativas? Repetições? Não exatamente. Apenas re-visitação. Mais uma malandragem... Possível enumeração? Claro que sim. Logo após os dois pontos: substantivos e adjetivos com notável semântica de ação, acontecimento e todas aquelas propriedades inerentes aos verbos; frases mal feitas, passíveis de ambigüidades, erros de interpretação e etc. Para no fim dessa fútil tentativa uma conclusão: fracasso ou mediocridade. Mesmo com o esforço ao longo desses, caramba, seis parágrafos. E nem a originalidade... Em algum lugar, em algum momento antes... Completamente sem sentido a frase anterior. Ainda com o conceito da impossibilidade dessa tentativa? Ainda bem. Em nenhum dos improvisos tentados qualquer solução aprazível. Nem verbos subentendidos, nem vocativos, nem esses famigerados dois pontos.
Bom... Inegável releitura, com amplas possibilidades de insatisfação, muito mais provável o fracasso. E o argumento de erros gramaticais? Verbos ausentes por certo, mas compreensível... Pelo menos em minha opinião. Ah! Uma pena a limitação de tamanho das interjeições. Ao inferno. Fim... E ponto final.

Um comentário:

Ryugami disse...

Muito divertido esse texto. Tentativa escrita dele sem verbo.

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