Páginas

2008-06-12

Conto de dia dos namorados: Presente às avessas

Dedicado a todos os casais que brigam, mas se amam.


– Perai, perai – o sujeito pede para a moça...

– O que foi? – ela pergunta já um pouco triste.

Contextualizando situação. A moça estava de todas as formas tentando reconquistar o ex-namorado. Não que ele não gostasse dela, mas não via muito futuro naquela relação. Ela pelo contrário conseguia ver uma porção de futuros... A maior parte terminando em casamento, e uma porção de filhos.


– Eu não vou mais ficar com ela – o sujeito disse para o amigo.

– Vai – o amigo respondeu.

Para pular a parte repetitiva dessa conversa mais a frente o amigo diz:

– Eu aposto com você!

– Quer perder quanto? – o sujeito respondeu perguntando.

– Cem conto – o amigo responde.

– Caraca! – o sujeito exclama – Tu vai apostar tudo isso contra teu amigo?!

– Pode ter certeza – o amigo avacalha – Levo muito mais fé nela que em você.


Voltando a situação constrangedora quando o rapaz evitava os carinhos da ex-namorada.

– Você não quer ficar comigo? – ela pergunta magoada.

– Depende... – ele diz meio ressabiado.

– Depende do quê? – ela pergunta intrigada.

A situação já estava devidamente constrangedora para o sujeito aparecer com uma dessas, mas como ele é um sujeito prático responde na lata:

– Você me arruma cinqüenta reais?

– Você deve estar se achando muito gostoso – a moça responde indignada e vai embora.


Voltando para o acerto de contas entre os amigos, o sujeito estava recebendo o valor apostado.

– Isso vai fazer um rombo danado ! – o amigo comenta ao entregar o dinheiro – Mas como droga é que tu conseguisse resistir a menina?

– Rapaz... – o sujeito explica – Eu podia até mentir pra você mas foi a questão da grana...

– Não acredito que tu se segurou por causa da aposta! – o amigo ficou estarrecido – Vai te catar!

– Não foi bem isso... – o sujeito explicou – Quando eu lembrei da grana que ia ter de desembolsar eu perguntei se ela estava a fim de rachar a grana da aposta...

– E ela? – o amigo perguntou.

– Ficou pensando que eu tava cobrando, ou me aproveitando, sei lá – o sujeito explicou – Ficou tão ofendida que me deu as costas e me deixou chupando o dedo...

– Pior pra mim – o amigo completa – Que ainda tive que pagar pra tu ficar chupando o dedo...

– No fim das contas eu ainda acabei ganhando um presente de dias dos namorados... – o sujeito explica – Se ela tivesse aceitado rachar a grana da aposta tinha ficado elas por elas. Eu tinha desembolsado a grana do presente dela e ela o meu...

– Sendo assim tu vai ter que rachar essa grana com ela...

– Por quê?! – o sujeito questiona intrigado.

– Porque eu me recuso a ser a pessoa que te deu presente do dias dos namorados! – o amigo respondeu.


– Cinqüenta? – a moça perguntou indignada – Eu valho muito mais que isso!

Afinal de contas ela nunca ia aceitar cobrar menos do que ele para o que quer que fosse que ele estivesse oferecendo.

– Mas eu só tenho cem... – o sujeito começa a explicar.

– Isso dá para o começo – a moça responde.

Ela toma a carteira da mão dele tira o dinheiro ante o ex-namorado abobalhado com a situação. Antes que o sujeito conseguisse vencer o abismamento da situação, a moça dá-lhe um beijo voluptuoso que o faz esquecer completamente da narrativa que ia ter de contar para explicar a os acontecimentos.

Entre os fervorosos abraços de reconciliação o sujeito só pensa numa coisa:

– Ele vai querer o dinheiro de volta...

Nenhum comentário:

Postar um comentário